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set/11
Elogio da leitura ©
O monge budista Mattiew Ricard disse que somos facilmente pegos pela roda hedonista. Gostei da expressão “roda hedonista”. Isso me leva ao que disse Eliane Brum/1/, jornalista premiadíssima que tem um texto brilhante: “Nossa época acredita que é possível viver sem nenhum tipo de dor, física ou psíquica.” O resultado são esses monstros de egoísmo que pululam por toda parte. A bordo do meu quixotismo desvairado, penso que só a leitura de literatura tem força para deter a propagação do egoísmo. É que a leitura bem levada provoca choques de alteridade cada vez mais necessários nesses tempos de umbiguismo galopante. E não duvido que esse sintoma seja uma triste consequência do cada vez menor hábito da leitura entre nós. Gabriel Perissé diz que estamos regidos por um individualismo de massa. É terrível pensar que esse alheamento vai-se tornando a tônica do nosso tempo. Alfred Musset diz que o homem é um aprendiz que tem na dor a sua mestra. Entregues à roda hedonista, o mais que aprendemos são lições de egoísmo.
/1/ O livro “A vida que ninguém vê”, uma antologia das crônicas-reportagens publicadas no Jornal Zero Hora, foi meu primeiro contato com a Eliane Brum. Desde então me interesso por tudo que leva a sua assinatura.
© Nota de canapé: ver aqui.
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