
16
ago/11
Na pressão ©
Sou um sujeito estranho. Nos fins de semana, quando mando no meu tempo, não consigo mandar em mim, ou seja, não consigo escrever. Podia aproveitar o tempo livre e escrever – com vagar, em ritmo de slow food – todos os posts pensados para a semana. No entanto, basta estar confrontado com outras obrigações que me vem uma vontade louca de escrever. Aí tenho de escrever na pressão e em condições inteiramente desfavoráveis. E o texto sai em ritmo de fast-food. Óbvio que não pode sair coisa que preste. E quem sabe se não uso a pressa como defesa? Pode ser que escrevendo devagar, como eu desejaria, o resultado fosse o mesmo: um texto chinfrim. Pelo menos me iludo que o mau texto seja consequência da pressa. Não é bom a gente se pôr à prova. É preferível o auto-engano. Eu prefiro. Lavrar as terras da escritura não é tarefa fácil. O mais que faço nessa terra são uns canteirinhos despretensiosos que exigem pouco de mim. Jamais serei capaz de lavrar grandes extensões de terra. Fico mesmo com o miúdo, o quase invisível. Semeio o que posso, o que basta para o sustento de minha humildade. Amém!
© Nota de canapé: Parceria de Lenine e Sérgio Natureza. Foi gravada por Lenine no CD de mesmo nome.
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