
24
abr/11
Inclassificáveis ©
Sou um camaleão. Vivo de fazer pastiches, colagens, decalques, intertextualidades explícitas, baratos afins e outras mumunhas mais. Não tenho voz própria e o que escrevo não passa de transfiguração estilística do que leio. A falta de identidade autoral leva a um texto que não cabe em gênero nenhum – uma espécie de transgênero. Ou por outra: não é crônica, não é ensaio, não é memória, não é diário, não é nada… É qualquer coisa. É um amontoado verbal amorfo, posto que escrito a esmo, sem plano, sem rumo, sem alvo. Repito: escrevo com o espírito de um epistoleiro sem mira, meio cego, meio surdo, meio ébrio, meio em transe – e o resultado é o óbvio: nonadas a mancheias e inclassificáveis. Sinto que tenho aquela mediocridade de virtudes e defeitos que se espera de um escrevente, mero escrevente. Vivo mesmo é de escriturar inutilezas, com o que me perco e me salvo. Ave!
© Nota de canapé: Canção de Arnaldo Antunes cuja letra é muito criativa. Foi gravada por Ney Matogrosso, sendo, inclusive, escolhida para título do CD.
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