
18
abr/12
Uma vida entre livros ©
Tenho me sentido um escrevente contumaz. Ainda assim, e sem a menor dúvida, o meu envolvimento essencial é com a leitura. O envolvimento com a escrita, embora prazeroso, é acessório. Essa distinção entre essencial e acessório se apóia nos seguintes termos: vivo sem escrever; não vivo (acho) sem ler. De todo modo, o envolvimento com a escrita (baldia, reles, miúda – faço questão de ressaltar) vem se tornando mais intenso – e extenso. Não tenho dúvida, no entanto, de que a primazia será sempre da leitura. Vale recordar o que disse Borges, grande leitor e grande escritor: “Que outros se jactem dos livros que escreveram. A mim me orgulham os que tenho lido.” Leitura e escrita são artes altamente civilizadoras. A propósito, descobri que tanto a leitura quanto a escrita têm a palavra arte em seu corpo. Achei isso fantástico. E a vida sem a arte é insustentável – frase que está em algum lugar do blog. Meu sonho é uma vida entre livros. Leitura e escrita são gêmeas siamesas. Assim: quem lê, escreve; quem escreve, lê. Mas há espaço para uma assimetria nessa relação: pode-se ler muito e não escrever nada. No entanto, não se pode escrever (com arte) sem ler.
© Nota de canapé: Livro do nosso maior e mais apaixonado bibliófilo, José Mindlin (1914-2010).
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