
04
abr/11
As palavras ©
Frase do Eduardo Giannetti que está no livro A ilusão da alma: “Fixado o centro, tudo o mais se ordena”. Sinto que tenho um centro. O meu centro é a leitura. É a leitura que alarga enormemente a minha circunferência existencial. A leitura é um passaporte precioso que permite a mais fantástica das viagens – que é a viagem de si a si mesmo. O fascinante é que viajar em direção a si mesmo é viajar na direção de todos, na direção da essência que nos irmana a todos. Daí que leitura seja encontro no seu mais amplo significado. A leitura tem o poder de nos pluralizar e, ao mesmo tempo, nos singularizar. Por isso gosto tanto desses versos da canção Umbigo, do Chico César: “Todos nós um só / Todos nós os mesmos / Todos nós um nó / Todos nós a esmo”. Sou uma pessoa deslocada para um monte de coisas. Quando o assunto é a vida – essa matéria tão fina! –, minha adesão é total, minha atenção é máxima, meu interesse é incontido, minha curiosidade é sem limites, minha timidez dá licença, meu coração se alegra, minha alma canta, meu entusiasmo é visível… É bem possível que a timidez tenha me encaminhado para a leitura como forma de saciar minha fome de vida. Onde há vida, lá estou eu, entregue, absorvido, querendo apreender tudo. Para Sartre, ler é o ato de colher a vida no espelho da palavra. E não tenho dúvidas de que a leitura nos torna muito mais hábeis para colher a vida ao vivo.
© Nota de canapé: Autobiografia de Jean-Paul Sartre que cobre o período de sua infância.
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