
15
mar/11
Os desafios da escrita ©
Eu tenho tendência a me espraiar. Por isso preciso de margens. Há quem prefira a menor distância entre dois pontos – a linha reta. Entre um ponto e outro, adoro me perder em curvas e mais curvas. E por vezes não há ligação possível entre os dois pontos. À força do pouco espaço (e tempo) de que disponho, estou sendo obrigado a praticar a definição de bom texto que li alhures, sem querer dizer, em absoluto, que o que venho praticando confirma a definição: “O bom texto deve ser como a minissaia: curto, justo e provocante”. Escrever é, em tudo, um parto. Há o parto natural (com dor mínima) e há aqueles profundamente dolorosos em que o texto só nasce a fórceps. Para se contrapor a essa dura verdade, alguém escreveu: “Escrever é simples: começa com uma letra maiúscula, termina com um ponto final e no meio você põe as ideias”. Outra: “Existem apenas três regras para bem escrever. Infelizmente ninguém ainda descobriu quais são elas”. E agora leio numa entrevista de um jornalista português esse conselho para quem deseja escrever crônicas: “Ler muito. De certa forma, e em termos proporcionais, ler mil páginas para escrever uma. Ler duas mil para escrever duas. E por aí afora”. Com um escore desses, me pergunto quantas páginas estou habilitado a escrever.
© Nota de canapé: Livro do historiador francês Roger Chartier, estudioso da leitura e da escrita.
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