
28
fev/11
Mamma, son tanto felice ©
Olha a graça do que escreveu Mario Quintana sobre a felicidade: “Quantas vezes a gente, em busca da ventura,/ Procede tal qual o avozinho infeliz:/ Em vão, por toda parte, os óculos procura/ Tendo-os na ponta do nariz!”. Digo isto para repetir que eu, de verdade, son tanto felice! E essa felicidade é mais coisa dos genes (a minha fortuna gratuita!) do que de sabedoria para viver a vida. Sou feliz por acaso. Manuel Bandeira, ao se saber tuberculoso jovenzíssimo, eternizou a certeza de morte próxima nos versos que dizem: “Uma vida inteira que poderia ter sido e não foi.” Para mim, os versos são o exato oposto: “Uma vida inteira que poderia não ter sido e foi.” E é. E eu? Agradeço muito e sempre. Não se pense que a minha vida é um mar de rosas. É só um jeito de ter para a vida um olhar compassivo. O certo é que tenho cá os meus buracos, meus tormentos, minhas tristezas, minhas angústias… O contentamento de viver, no entanto, se mantém para além de qualquer adversidade. Está certo o Riobaldo-Rosa: “Felicidade se acha é em horinhas de descuido.” Para fechar, uma frase que li em algum lugar: “Não é fácil encontrar a felicidade dentro da gente, mas é impossível encontrá-la em outro lugar.”
© Nota de canapé: Livro com que o escritor Luiz Ruffato, um mineirim danado de bom, estreou seu projeto ficcional “Inferno Provisório”, já a caminho do quinto e último volume. O livro anterior é o antológico “Eles eram muitos cavalos”, publicado em 2001, e eleito entre os 10 melhores da década em enquete feita pelo jornal O Globo. A trajetória do Ruffato é impressionante e foi contada recentemente pela jornalista Eliane Brum, aqui.
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4 de março de 2011Adorei o post! Concordo com absolutamente tudo.
“Não é fácil encontrar a felicidade dentro da gente, mas é impossível encontrá-la em outro lugar.”
Parabéns! Lindo blog.