Para fazer diferença ©
Categoria: Literatura

O melhor do Natal foi ter ele passado. Não se conclua daí que eu não gosto de Natal. Gosto muito de estar em família. Tivemos um Natal com uma simplicidade de presépio: a família reunida, mesa simples, ceia simples, e a alegria que se compraz na pura simplicidade. Venho aprendendo que a simplicidade faz diferença. Porque, para fazer diferença, não é preciso muita coisa. Basta a verdade da intenção. Aprendi mais: que pra fazer diferença o fundamental é não querer fazer diferença alguma. A diferença que vale, que fica, que conta, é aquela nascida da espontaneidade, a anos-luz de qualquer efeito calculado ou pretendido. Sinto que a diferença se aninha nos pequenos gestos: é um cartãozinho de Natal com pequena quantia para a diarista e para cada trabalhador do prédio, é um telefonema para o trabalhador que não está mais no prédio, é a contribuição para as caixinhas de Natal (já impliquei com elas. Hoje não mais) de todos os lugares que freqüento (e faço questão de ser generoso), é um abraço em cada um dos colegas e em cada um dos que nos servem no trabalho (Dona Maria, Piauí e Regivan), é um cartão de Natal (virtual) para todos os amigos, é participar de uma campanha de arrecadação de brinquedos para crianças carentes… Tudo isso que parece nascer para o esquecimento, tenho descoberto que tudo isso faz grande diferença. Vale lembrar Adélia: “O que a memória ama fica eterno”. A memória do coração não costuma falhar.

© Nota de canapé: Livro de ensaios de Luís Augusto Fischer.


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