
27
jul/13
Ladeira da preguiça ©
Fujo de tudo que me tire do conforto da preguiça. Em certa medida, e contrariando o que acabo de dizer, sou um preguiçoso diligente: trabalho à beça (quase nunca falto, sou pontualíssimo), administro a casa, faço compras, vou à lavanderia, tenho vida cultural ativa e vários outros etcéteras… Apesar das tantas coisas que faço, movo-me sempre na zona da preguiça: exceto o trabalho, o restante faço (ou não) no meu tempo, no meu ritmo… Vai daí a notícia de um processo seletivo na área em que trabalho quase me tira do ócio criativo (releve!) que embala minhas horas vadias. Não há obrigatoriedade da participação, mas a não-participação não pega bem. Pegando bem ou não, decidi não participar. A essa altura não me agrada nem um pouco ter de pôr minha incompetência à prova. Ela merece ser preservada dessa exposição pública. Caso eu me dispusesse a participar, teria de sacrificar a leitura de toda manhã e, em lugar dela, me debruçar sobre assuntos nada palatáveis do universo bancário. Estudar em outra hora? Impossível. A única hora do dia em que tenho alguma disposição é pela manhã. Decidi que não valia a pena sacrificar o prazer em nome de um improvável êxito no certame. E voltei, feliz, para a ladeira da preguiça que me embala as horas vadias e baldias.
© Nota de canapé: Canção do Gilberto Gil.
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Angela Delgado
28 de julho de 2013Estou louca para ler os outros sintomas da preguiça…
Bom resto de domingo para o escritor mais preguiçoso que “conheço”.
Tarlei
28 de julho de 2013Minha querida,
parece que os sintomas da preguiça são assintomáticos — se me permite o paradoxo…
O escritor mais preguiçoso que NÃO conheço agradece o comentário da escri/lei/tora cuja generosidade conheço bem.
Bjs,
Tarlei