Da boca pra dentro ©
Categoria: Música

A liberdade tem na amizade um refúgio seguro. E a liberdade é uma bênção, um bálsamo. Onde há amizade não há espaço para rancores e sentimentos afins. Simples assim. É por isso que eu, às vezes, me deixo desgovernar sem margens. Sei que, se me exceder, um amigo apontará o meu excesso. E serei reconduzido à sensatez. Por trás da aparente docilidade, por trás do riso sempre a postos, tenho uma natureza voluntariosa, insubmissa, rebelde, indomável… E preciso dar vazão a ela. Só um verdadeiro amigo acolheria meus excessos. E porque tenho em certos amigos um porto seguro, me sinto livre para errar. Que seria de nós sem “a contribuição milionária de todos os erros”? (Oswald de Andrade). Ainda tenho muito o que errar. E não quero, em nome do bom senso, perder a liberdade para isso. Quero (e preciso) que o destino de todos os meus feitos-desfeitos-malfeitos-imperfeitos seja a diversão. Afinal, “a alegria é a prova dos nove” (mais Oswald). Uma amiga disse certa vez que eu não sei brincar. Se fosse verdade esse veredito, eu estaria perdido porque brincar pra mim é vital. O meu jeito de brincar inclui o gosto de ser boquirroto – ou seria verbirroto? É tudo da boca pra fora. Quando aprender a me comportar, direi sandices só da boca pra dentro. Que assim não seja!

© Nota de canapé: Canção de um músico pouco conhecido chamado Edu Kneip.


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    Angela Delgado
    7 de julho de 2013

    Decididamente, você é a certeza de um bom texto, é o sorriso certo e o encantamento diário.
    Bom restinho de domingo!


    Tarlei
    7 de julho de 2013

    Decididamente, você é a certeza de um generoso comentário, é o afago imerecido e a delicadeza que nunca falta. Muito obrigado!
    Abs,
    Tarlei






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