Janela sobre o caos ©
Categoria: Literatura

Outro dia, fugindo do que fazer, resolvi me debruçar numa janela sobre o caos. Faço isso a toda hora, mas dessa vez quis espiar o que as teias do Google trazem sobre o meu ArteVida. Lançado o anzol, pesquei uma informação que me deixou estupefato. Descobri um site que rankeia blogs. O ArteVida está lá. Não é um espanto? Me espanto à toa. Caiu na rede, é pixel. E tudo que pisca cai na mira dos pescadores virtuais. Eu mesmo tenho um desses pescadores virtuais a meu serviço. Trata-se do Google Analytics e por ele venho tendo em detalhes, e em caráter privado, informações sobre visitas. Não sabia era da existência de um monitoramento público. O site traz um valor estimado para o blog, a posição que ocupa no ranking do Brasil e a quantidade média de visitas mensais. Tudo isso me enche de espanto. Tudo isso pode ser conferido aqui. Vou me divertindo, sabendo perfeitamente que visita não significa leitura. E na hipótese de haver leitura, tampouco isso significa a conquista de um leitor. Por isso é tão divertido jogar-se na rede. A invisibilidade está garantida. Estamos todos debruçados em infinitas janelas sobre o caos e ninguém enxerga mais nada. Estamos todos enredados por zilhões de pixels e a cada hora mais gente cai na rede. Sendo eu contrário a tudo que escraviza, começo a pensar em uma possível saída da rede, começo a pensar que é hora de fechar minha janela sobre o caos, começo a pensar em abrir uma porta para o infinito. Alguém me segura?

© Nota de canapé: Livro de um tal Cornelius Castoriadis.


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    Angela Delgado
    18 de março de 2013

    Onde seria essa porta? Claro que você não poderá divulgá-la aqui, por causa do espião, e você viu o valor irrisório que eles deram para o blog!!!!!!!!! Mas tem uma coisa pior, o facebook (eu ainda ponho algumas músicas lá) e outros quetais…
    Beijo.


    Tarlei
    18 de março de 2013

    Querida Angela,
    não gosto muito da sensação de me sentir enredado. Daí o desejo de sair da rede, não sei bem pra onde — nem por onde.
    Abs,
    Tarlei


    Angela Delgado
    19 de março de 2013

    Se sair da rede, vá, ao menos, para o meu blog e para o meu e-mail, viu?


    Tarlei
    19 de março de 2013

    Querida Angela,
    “Não sei por onde vou,
    Não sei para onde vou.
    Sei que não vou por aí”.
    (Versos do José Régio em Cântico Negro)


    Edna Freitass
    21 de março de 2013

    muito querido tarlei, não se assuste pelo fato de estar nessa rede. o monitoramento do balanço é seu. ela é rápida, mas cada um de nós escolhe como navegar. muitos fazem a diferença e, na diferença, dão o equilíbrio necessário a ela. creia, visito/leio seu puxadinho para, justamente, ver/ler/sentir a vida sem pressa; e, sem pressa, ser-vida. por oportuno, grata pela inclusão do “bibliorodas” em sua preciosa lista de “navegar é preciso”. beijos em seu coração. inté. edna freitass


    Tarlei
    21 de março de 2013

    Que comentário lindo, querida amiga Edna! Vou navegando, sabendo bem que “não sou eu quem me navega / quem me navega é o mar” (Paulinho da Viola).
    Navegar pela palavra é preciso. Então, nada mais justo que colocar o “bibliorodas” pra rodar por aí.
    Abs,
    Tarlei






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