
01
fev/13
De uns tempos pra cá ©
De uns tempos pra cá, o que mais tenho feito é inventar moda. Para pasmo de mim mesmo, tenho conseguido que as invenções virem realidade, nem que seja virtual. O blog, por exemplo, é uma realidade virtual. A maior das invenções, contudo, é essa de escrever quase todo dia. As demais não passam de invenções menores. O que eu chamo de invenções menores significa, na verdade, arranjar alguma obsessão que me desassossegue. Inventei de ter blog, inventei de fazer livro, inventei de participar em concursos literários – o que mais falta inventar? Falta inventar de fazer nada. Ou de fazer o que precisa ser feito. A renovação da habilitação, por exemplo. Vai saber se tudo que invento não é um plano de fuga habilmente arquitetado para eu deixar de lado as urgências da vida real? Sou cheio de astúcias. É o que me salva. De uns tempos pra cá, tenho aprendido que mais vale um pássaro voando que dois na mão. O que me move é o que não tem utilidade prática nenhuma. Pra quê escrever? Pra quê blog? Pra quê livro? Pra quê concursos? No entanto, ponho toda minha energia nessas inutilezas. Elas é que dão colorido à minha vida. Elas é que me fazem voar fora da asa. Não fossem os momentos de vôo, a vida real seria insuportável. Daqui a um tempo, só vou querer saber de voar. Por ora estou cuidando de treinar as asas.
© Nota de canapé: Canção do Chico César.
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