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nov/12
Quem se importa
Eis uma inapelável verdade: a gente se importa pouco com o outro. Quando digo a gente, estou falando da gente como humanidade. Se a gente liga pouco para o outro, um nosso igual no desatino de viver, menos ainda ligamos para os viventes não-humanos e para a nossa casa comum que é a Terra. Digo isso a propósito de um documentário que vi. Chama-se Quem se importa e fala dos empreendedores sociais. O filme não estava no meu roteiro de fim de semana. Eu nada sabia dele. E como é bom ser surpreendido pelo acaso! A temática do documentário já me interessou de cara. Quando vi que a diretora era a mesma do Doutores da alegria, outro documentário, não tive mais dúvida. Que documentário tocante! Como é bom ver gente que faz tudo para ajudar o próximo. Como é bom ver histórias de desapego num mundo cada vez mais egoísta! O documentário traz depoimentos de empreendedores sociais de vários lugares do mundo. Do Brasil, me lembro dos depoimentos de quatro brasileiros: a Drª Vera Cordeiro, um médico de São Paulo, o palhaço fundador dos Doutores da alegria e o fundador do primeiro banco comunitário do país. Não me lembro agora se houve depoimento de outros empreendedores brasileiros. Fiquei muito tocado com todos os depoimentos, em especial com o da Drª Vera Cordeiro e do médico de Sampa que atende comunidades na Amazônia. A Drª Vera Cordeiro conta que, diante da tamanha carência das famílias por ela atendidas num grande hospital do Rio, começou a vender objetos de casa para angariar recursos. E nessa fase os amigos começaram a evitá-la, certos de que um telefonema dela não seria para um cinema ou algo que o valha, mas levantamento de fundos para alguma urgência. Adorável Drª Vera! Adoráveis todos os empreendedores sociais! Eles são poucos – e bons. E por serem tão bons, fazem toda a diferença. Ah, como é alentador saber que num mundo pautado pelo egoísmo, há gente que se importa com o infortúnio alheio! É uma gente que pratica em plenitude o que disse Santo Agostinho: “A medida do amor é amar sem medida”. Fecho com uma frase dita no filme: “Nem tudo que conta, pode ser contado. Nem tudo que pode ser contado, conta”.
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13 de novembro de 2012Bom-dia, Tarlei!
Além dos posts, me encanto com suas imagens!
Tarlei
13 de novembro de 2012Querida Angela,
veja o que são as simetrias do acaso. Por acaso estou lendo um livro que se chama “Lavrador de imagens”. É a biografia do avô de um colega de trabalho por cuja ArteVida (me permita o uso heterodoxo das maiúsculas) estou profundamente encantado. Em vários momentos da leitura, lágrimas de pura emoção romperam o dique dos olhos. Aproveito e ponho aqui um link para você se aproximar um pouquinho da ArteVida do Sr. Haruo Ohara: http://veja.abril.com.br/blog/sobre-imagens/brasileiros/haruo-ohara/.
Abs,
Tarlei