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mai/10
O homem que matou o escritor ©
Caiu na rede a notícia da morte do escritor Wilson Bueno. Uma morte cercada de mistério e que logo ficará submersa para dar hora e vez a alguma outra tragédia. De modo que dificilmente se saberá o porquê da violência. De certo mesmo só o espanto e o lamento. O homem que matou o escritor, interrompendo-o com uma faca (Manoel de Barros, o poeta, conta do seu espanto quando, menino, viu um homem interrompido por uma faca), cortou uma brilhante trajetória ficcional, uma das mais consistentes vocações criadoras. Tive oportunidade de ver o Wilson Bueno na Flip de 2005. Não gostei tanto da persona do escritor, o que não me impede de admirar seus vôos de imaginação, seus arranjos de linguagem altamente depurados. Pelas ressonâncias rosianas, considero Meu tio Roseno, a cavalo um livro fabuloso. Mas há Mar Paraguayo, elogiadíssimo pela crítica, há A copista de Kafka, um dos mais recentes, há Amar-te a ti mesmo nem sei se com carícias… Milton Hatoum disse numa palestra que os escritores são guardadores de vidas. Quando morre um escritor, a vida perde um guardião insubstituível. É o caso de dizer: se morre um escritor, morrem várias vidas.
© Nota de canapé: Livro de estréia do escritor Sérgio Rodrigues. Está na rede há anos com o respeitado Todoprosa.
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