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abr/12
Caçador de mim ©
Saqueador intrépido, não resisti à beleza de um menino caçador de estrelas (ler poema aqui) que a professora Elizabeth Hazin, excelente poeta, capturou em versos esplêndidos. O poema todo (quatro tercetos) gira em torno das palavras “caçador”, “estrela”, “lua”, “cavalo”, “espelho”, “ouro”, “menino” e “infância”. Em cada terceto essas palavras vêm arranjadas de um modo diferente e com efeitos belíssimos. Aqui me proponho a desarranjar o poema, dando-lhe um jeito de prosa, amputando-lhe alguns pedaços – determinados efeitos poéticos não cabem na moldura da prosa – e acrescentando-lhe, ousado, uma parte final. Segue o que consegui:
Ah! menino caçador de estrelas, desde quando seu cavalo cavalga o mesmo espelho em busca do ouro fino da lua?
Ah! menino caçador de espelhos, desde quando seu cavalo cavalga sobre o ouro das estrelas?
Ah! menino caçador de infância, desde quando, em seu espelho, cavalgam as estrelas e a lua?
Ah! menino caçador de luas, desde quando seu cavalo – estrela sobre o ouro desse espelho – cavalga sobre a sua infância?
Ah! menino caçador, desde quando é preciso cavalgar luas, estrelas, espelhos, se todo o ouro que procura está no limiar do chão?
© Nota de canapé: Uma parceria de Luiz Carlos Sá e Sérgio Magrão. Milton Nascimento gravou com muito sucesso.
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