
18
mar/12
Mais simples ©
Embora viva aquém de minhas posses, preciso ainda me desprender de muita coisa. Estou longe de ter uma vida, em termos materiais, reduzida ao essencial. Posso dizer que vivo em meio a uma opulência franciscana, querendo dizer que não vivo nem numa fartura descomedida nem num despojamento extremo – estou no meio do caminho.
Faço essa introdução para contar que descobri que o Mosteiro de São Bento daqui de Brasília recebe hóspedes a uma diária módica. É para lá que pretendo ir um fim de semana desses com o único propósito de meditar, de exercitar o desapego. Em matéria de desapego, sei que tenho um longo caminho pela frente.
O caminho do desapego começou com um diagnóstico de hipertensão, o que me levou à mudança de alguns hábitos. É tanto verde no prato que daqui a pouco estarei habilitado a realizar a fotossíntese. Além disso, eliminei o sal em saladas. Apesar das vastas porções de capim que compõem a minha dieta, não perdi nada do prazer de comer. Aceito o que vier. É um modo singelo de praticar o desapego que é, para o budismo, um caminho seguro para a felicidade. Se assim é, não quero nunca me afastar desse caminho. E pressinto que a rota desse caminho tem ligação direta com a simplicidade.
© Nota de canapé: Canção do José Miguel Wisnik.
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